Treinamento Técnico (Módulo V). Escola Koryu-Kai Karatê Goju-Ryu

No próximo Treinamento técnico da Escola Koryu-Kai karatê Goju-Ryu estaremos estudando o Kihon, 

Vamos conhecer a metodologia do karatê gou-ryu no aprimoramento de suas técnicas através do Kihon.

KIHON WAZA (Técnicas básicas)

·      Metodologia

As técnicas básicas do Karate são passadas principalmente através  do kihon, seja os chutes, socos ou defesas, para você ser um bom karateca, você tem que fazer um kihon bem feito, pois ele vai dar base para se fazer um Kata bem feito e se sair bem em competições de Kumitê. É no kihon que o karateca vai ganhar uma base forte e firme e também velocidade e força nos seus golpes.

No kihon também é treinada a movimentação em base com o movimento de quadris, além de uma fonte de potência, os quadris constituem a base de um espírito estável , de uma forma correta e da manutenção de um bom equilíbrio. No karate aconselha-se freqüentemente a “golpear com os quadris”, “a chutar com os quadris” e a “bloquear com os quadris”.

·      Objetivo

Através do kihon, o karateca consegue atingir uma potência muito forte, reflexo da velocidade com que executa os golpes, somente a força muscular não permite que a pessoa se sobressaia nas artes marciais, o poder do Kime (finalização) resulta da concentração de força máxima  no  momento de impacto, um golpe de um karateca bem treinado pode atingir 13 metros por segundo e gerar uma força equivalente a 700 kg.

Treinamento Especial Goju-Ryu - Escola Koryu-Kai

Hoje daremos enfase aos katas:

                                                                                                                             Sensei Kim

KATA SAIFA (Esmagar e Dilacerar)

O Sensei Higaonna aprendeu este kata, juntamente com os outros katas do Goju-Ryu, enquanto estudava na China (1863-1881) segundo a orientação de Ryu Ryu Ko. Este kata e as estratégias marciais tornaram-se as bases do estilo Naha-te, que mais tarde Chojum Miyagi viria a chamar Goju-Ryu. Surgiu de um entendimento de formas de agarrar e dilacerar  os tecidos, segundo um sistema de combate fechado a curta distância.

Este é o primeiro Kata Kaishu clássico que é ensinado no Karatê Goju-Ryu. Suas origens serão achadas provavelmente nos estilos mais antigos da China.

Saifa consiste numa série de exercícios onde as técnicas fundamentais do karatê são postas em prática e são executadas numa seqüência de movimentos em  séries.

Por ser o primeiro kata clássico,  a transição do kihon kata para o Shitei kata é de fundamental importância na sua prática. O Saifa proporciona ao aluno o prazer no aprendizado, na execução e no entendimento do kata.

O Saifa é um kata de competição, assim a busca da perfeição colabora para a educação do aluno no dia-a-dia.

KATA SEIPAI (Dezoito técnicas ou Dezoito mãos)

O motivo pelo qual se deu o nome (18 mãos) a este kata tem várias interpretações.  Em uma das versões Sepai significa “18 guardas para o Rei” havendo portanto uma conotação monárquica.

A razão mais aparente e com mais sentido para dar o nome “18 mãos” a este kata Sepai é mais uma vez o desenvolvimento das artes marciais e o uso dos pontos vitais. 18 é metade de 36,  sugerindo talvez uma alternativa definida de ataques, defesas e de estratégias escolhidas do original   Sanseru “36”. 

O Seipai é um dos katas mais difíceis do Goju-Ryu. Sua principal característica repousa nas técnicas de torção do corpo. Os alunos que praticam Seipai devem se concentrar no movimento conjunto das mãos e pés, em harmonia, para que seja possível executar certas técnicas apropriadamente. Sensei Meitoku sempre usa a analogia da importância das mãos trabalhando juntas.

O trabalho das mãos juntas simboliza: pai e filho trabalhando juntos se tornam mais fortes para enfrentar os problemas da realidade.

GASHUKU GOJU-RYU - ESCOLA KORYU-KAI

Por: Francisco Bernardo

Muitos de Nós presume que Gashuku seja um termo usado para descrever uma sessão de treinamento fora do ambiente normal de treinamento. No Goju-Ryu  de Okinawa, o principal propósito  é ensinar aos estudantes a viverem com comportamento adequado. Um Gashuku também ensina as pessoas importantes lições sobre como trazer à tona seu verdadeiro caráter. Em um Gashuku Goju-Ryu da escola Koryu-Kai, todos têm que trabalhar duro para curarem seus maus hábitos.  Ele também abre linhas de comunicação para aqueles que podem não conhecer um  ao outro, criando assim nova e duradoura amizade.

O karate é uma disciplina bastante rigorosa e, para ter benefício, o praticante deve treinar duramente todos os dias até o dia de sua morte.

Na Escola Koryu-Kai somos uma família e, juntos, devemos compartilhar a boa sorte, mas também os problemas pessoais. A partir disso, como uma família, a Koryu-kai continuará a crescer e se tornar forte.

A Escola Koryu-Kai trabalha nos princípios do karatê-Dô de Okinawa,  mas com a liberdade de ir e vir dos seus alunos desde que o respeito e as técnicas ensinadas não sejam modificadas.

UMA ESCOLHA

Toda competição passa pela metodologia do treinamento. Os atletas sabem que determinadas técnicas serão treinadas com muito sofrimento e dedicação e com o tempo os resultados surgirão. Porem,  os  princípios  filosóficos, este sim,  fruirá no decorrer de sua vida. O treinamento será sempre de grande utilidade para todos.

            Vivemos numa época em que a competição faz parte do nosso dia-a-dia, porque vivemos em uma sociedade e  num país altamente competitivos e com nossos ensinamentos e aprendizados nos tornamos fortes para a nossa sobrevivência e tudo isso aprendemos  no Dojo.

Aqueles que estão dispostos e gostam de treinar o verdadeiro karate-Do sob minha supervisão e levam a sério esses treinamentos, peço que sejam fieis e que confie nos ensinamentos que busco a todo  momento com sabedoria e preocupação em transmitir o verdadeiro karatê. Todo o conhecimento filosófico e técnico que transmito aos meus alunos tem raízes. Portanto a busca de conhecimentos fora do padrão de uma linhagem que hoje ensino, não trará valores para o dia-a-dia daqueles que buscam desesperadamente atingir um grau de conhecimento superior. Você pode não ser um talento em termos de resultados competitivos, mas  dentro dos seus valores,  leva para o seu dia-a-dia   tudo aquilo que aprendi com  o grande mestre Yonamine e que hoje transmito com orgulho seus ensinamentos adquirido ao longo de 23 anos de fidelidade e convivência.

KATA (Forma/tecnologia)

Metodologia

Kata    são movimentos padronizados que contêm uma série de defesas e ataques lógicos e práticos. A cada kata existe um certo jogo ou movimentos predeterminados que o praticante de karatê pode praticar só, sem um companheiro. Os katas foram criados por grandes mestres  depois de muitos anos de pesquisa, treinando, e experimentando os movimentos em combates reais.

Os kata devem ser executados seguindo uma determinada linha que é chamada “EMBU-ZEN”. Alguns katas são executados em linha reta, outros em linha “T”, “H” e outros  em linhas mais complicadas.

Os katas devem ser executados obedecendo a uma adequada tensão e relaxamento muscular, deslocamentos (Tai-sabaki) do corpo, velocidade e força (Kime), assim como a respiração e o grito (Kiai). 

Objetivo

Os katas são organizados racionalmente, de modo a melhorar o desempenho do sistema muscular e de bases para a frente, para o lado e  para trás, são tidos como exercícios excepcionais para desenvolver cada músculo do corpo, assim como aperfeiçoar cada posição.

Sempre que um kata for executado, seu realizador deve retornar à posição inicial ao finalizar o mesmo. Se isto não acontecer, tem-se uma prova de que os passos ou as posições do praticante não foram todos perfeitos, o que demonstra não haver perfeição em seu desempenho.

Antes que o moderno sistema de “Jiyu-Kumite” (combate) tivesse se desenvolvido, esses exercícios de kata eram a forma mais importante da prática do karatê, e as várias técnicas de defesas e ataques estão habilmente aí entrelaçadas, permitindo que sejam praticadas por seus estudiosos, pois kata é a essência do karatê, sem kata não existe o karatê.

Sabedoria e Força

Um sábio mestre conduz seu aprendiz pela floresta. Embora mais velho caminhava com agilidade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante. O aprendiz blasfema, levanta-se, cospe no chão traiçoeiro, e continua a acompanhar seu mestre. Depois de longa caminhada, chegam a um lugar sagrado. Sem parar, o sábio mestre dá meia volta e começa a viagem de volta.
- "Você não me ensinou nada hoje" - diz o aprendiz, levando mais um tombo.
- "Ensinei sim, mas você parece que não aprende" - responde o mestre. "Estou tentando lhe ensinar como se lida com os erros da vida".
- "E como lidar com eles?"
- "Como deveria lidar com seus tombos" - responde o mestre.
- "Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar aquilo que te fez escorregar."

MORAL DA HISTÓRIA
Devemos procurar a raiz de nossos erros e nos levantarmos com sabedoria e força.

CURSO TÉCNICO ESCOLA KORYU-KAI BETIM